terça-feira, 26 de outubro de 2010

Filatelia natalina

É... não tem jeito... o Natal começa dois meses antes da data real por causa das Lojas Americanas.

Mas esse post é pra falar de mais um empreitada do meu amigo Fabio Lopez. Em junho deste ano, ele participou de uma concorrência dos Correios para a criação de um bloco de selo natalinos... e ganhou! Vejam o resultado e a explicação:


O bloco mostra José e Maria reunidos em torno do menino Jesus de onde emanam raios de luz, representando o carinho e o amor familiar. Acima deles, um anjo voa trazendo consigo a estrela de Belém pendurada numa varinha. Flores e estrelas completam o cenário da noite de Natal.

As cores predominantes do bloco remetem a bandeira do Brasil: uma grande área de azul e verde, e detalhes em amarelo e branco. Essas cores apresentam tonalidades relativamente próximas, servindo para destacar os personagens e o colorido desse encontro.

Quase todos os elementos no bloco estão posicionados de forma a convergir o olhar para o acontecimento central retratado: os círculos de cor, as faixas de luz, a nuvem, as pombas e as flores dispostas simetricamente. A disposição de todos esses elementos periféricos ajuda a integrar os personagens em torno de um pequeno coração, representando o amor como o alicerce da união familiar.

O bloco foi criado com técnicas mistas de ilustração vetorial. Os recursos de volume e sombra destacam os elementos do fundo como se estivéssemos diante de uma colagem digital. A forma de representação dos elementos criados para a ilustração segue um princípio de simplificação: recurso que facilita a criação de um desenho adequado a escala do impresso. Quando o selo é destacado do bloco (ainda que isso não seja usual) a imagem principal se mantém em destaque, e as proporções continuam adequadas para essa nova dimensão.

Foi feita um tiragem de 150 mil cópias, através de um processo de impressão offset em couché gomado com fosforescência.
Como eu sempre digo, a diferença de um designer está na argumentação. Percebam que nada é gratuito ou decidido por gosto pessoal. E isso tem valor. O trabalho fica melhor, tem peso, consistência.

E tem mais: o interesse do Fabio por selos vem da infância, mas o interesse adolescente se perdeu em meio a outros até retornar no mestrado "sob o disfarce do design gráfico", como ele mesmo diz. Deslumbrado com o que encontrou - principalmente no design holandês -, começou o blog design e filatelia, escreveu um artigo na Revista Tupigrafia e ministrou uma palestra na ESDI que o levou a novos rumos e à concorrência aqui postada.

Isso mostra que gostar do que se faz é definitivamente o diferencial. É o que te leva a buscar mais e mais e mais. Uma lição do Fabio.

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